Arara-canindé
uma espécie de Ara Nome científico : Ara ararauna Gênero : Ara
Arara-canindé, uma espécie de Ara
Nome botânico: Ara ararauna
Gênero: Ara
Photo By Hans Hillewaert , used under CC-BY-SA-4.0 /Cropped and compressed from original
Descrição
A arara-canindé pode ser encontrada junto a áreas alagadas e em florestas e savanas, inclusive do Brasil. Ela é normalmente avistada em pares, mas pode formar grandes bandos. Este pássaro desconfiado voa fazendo estardalhaço ao menor sinal de perigo. A arara-canindé é muitas vezes vítima do tráfico de animais silvestres ― sendo sociável e inteligente, ela se tornou popular como animal de estimação.
Tamanho
81 - 91 cm
Habitat
Entre 1999 e 2003, araras azuis e douradas capturadas na natureza foram translocadas da Guiana para Trinidad, em uma tentativa de restabelecer a espécie em uma área protegida ao redor do pântano de Nariva.
Tipo de Dieta
Onívoro
As pessoas costumam perguntar
Informações gerais
Comportamento
As araras-canindé na natureza vivem em habitats variados, desde a floresta tropical úmida até savanas secas. Vivem preferencialmente no estrato arbóreo superior e em proximidade da água. Essas aves, como outros membros de sua família, são gregárias e barulhentas, podendo viver em comunidades numerosas, mas grupos pequenos ou mesmo apenas casais com crias também são comuns. Podem passar longos períodos do dia em repouso, relacionando-se com companheiros ou fazendo acrobacias no alto dos galhos. Voam em pares ou em grupos de três indivíduos, frouxamente ligados a um grupo maior. São grandes voadoras e podem transpor grandes distâncias entre os locais de repouso e nidificação e os de alimentação a cada manhã e tardinha, e tipicamente seus gritos são ouvidos muito antes de as aves serem vistas. Ocasionalmente alguns exemplares podem ser encontrados a grande distância de suas áreas de frequentação habitual. Uma vez que formam casal, não mais se separam. Se em sua região os locais para nidificação são escassos, casais podem expulsar ou matar ocupantes de ninhos já estabelecidos. Nidificam a cada dois anos entre agosto e janeiro, em buracos que escavam nos troncos de árvores e palmeiras. A serragem resultante se acumula no fundo e serve para secar as fezes e acolchoar os ovos, em geral dois, podendo chegar a cinco, que a fêmea, principalmente, choca por cerca de 25 dias. O macho alimenta a fêmea durante este período e protege o ninho de invasores. Um estudo realizado no Parque Nacional das Emas, monitorando dezoito ninhos, indicou uma taxa de natalidade de 72%. Os filhotes nascem implumes, cegos e indefesos, e são alimentados por ambos os pais com frutas e sementes regurgitadas, permanecendo no ninho por três meses. Mesmo depois de aprenderem a voar as crias permanecem com os pais por até um ano inteiro, e atingem a maturidade sexual somente depois de três ou quatro anos. Seus maiores inimigos são aves de rapina de grande porte, mas tucanos e primatas de médio porte podem predar ovos e filhotes. Alimentam-se de sementes e frutos, incluindo o buriti (Mauritia flexuosa), o cajuzinho (Anacardium humile), o iriri (Allagoptera leucocalyx) e a gabiroba (Campomanesia adamantinum), de preferência ainda verdes, a despeito das toxinas ou do sabor desagradável que tais alimentos possam ter. Reúnem-se em grandes bandos em encostas argilosas expostas para ingerir argila, necessária para eliminarem toxinas da dieta e para enriquecê-la com um suplemento de elementos minerais. Têm grande força no bico, possibilitando-lhes abrir sementes de casca muito dura, como a castanha-do-pará.
Área de Distribuição
A Ara ararauna ocorre em uma grande região da América do Sul a leste da Cordilheira dos Andes, concentrada na região amazônica até o norte do Paraguai e Bolívia, mas chegando ao litoral somente no norte do continente, entre o Pará e a Venezuela. Também é encontrada em ilhas de ocorrência no sul do Panamá, Peru, Equador e Colômbia. No Pantanal, sua ocorrência é rara. Foi introduzida pelo homem em Porto Rico. É raramente avistada em altitudes superiores a 1 650 m. Graças à sua vasta distribuição e grande população estimada, esta espécie de arara não está em condição de ameaça imediata, mas sua população vem declinado diante da destruição do ambiente e do comércio intenso, muitas vezes ilegal, sendo procurada em todo o mundo como animal de estimação por sua docilidade em cativeiro e grande beleza. Entre 1981 e 2005, foi registrado o comércio de 55 531 exemplares, e o preço por indivíduo pode chegar a 4 000 dólares estadunidenses. O relatório da Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres apontou a existência de quatro tipos de tráfico de animais no Brasil. O primeiro é o tráfico para colecionadores particulares e zoológicos. Os principais clientes situam-se na Europa, Ásia e América do Norte e, entre as espécies mais procuradas, encontra-se a arara-canindé. A segunda modalidade, a chamada biopirataria, sequestrando espécimes para a pesquisa científica, não chega a atingir a canindé, mas a terceira sim, a que busca animais para petshops, bem como a quarta, que busca suas penas para a indústria da moda. A atividade predatória do homem já fez com que em alguns locais fosse extinta, como em Trinidad e Tobago, Santa Catarina, Paraguai e Bolívia, ou quase extinta, como em São Paulo. Na área do cerrado, atualmente o bioma mais ameaçado da América do Sul, onde outrora abundava, já é considerada em perigo. O caso se torna mais grave quando se sabe que a canindé está envolvida na dispersão de sementes, atividade importante para o equilíbrio do seu ecossistema, e que os caçadores clandestinos muitas vezes abatem as árvores com os ninhos para chegar aos filhotes, prejudicando a reprodução de diversas espécies de aves que utilizam o mesmo ninho em épocas reprodutivas diferentes. Por outro lado, medidas para sua conservação já foram e estão sendo tomadas. O governo brasileiro proíbe o comércio e cativeiro de animais silvestres em geral e mantém reservas ecológicas onde ela ocorre, e algumas regiões elaboraram políticas específicas para sua proteção. Já existem diversos projetos, mantidos pela iniciativa privada e/ou pelos governos, para o estudo, proteção e recuperação das populações de araras-canindé, e os criadouros comerciais regulamentados também contribuem na proteção e propagação da espécie. As técnicas para sua criação já foram bem dominadas e o número de ovos produzidos em cativeiro a cada postura pode chegar a vinte, em comparação com a média de dois na natureza.
Status das Espécies
A arara azul e dourada está prestes a ser extirpada no Paraguai, mas ainda permanece generalizada e bastante comum em grande parte da América do Sul continental. Portanto, a espécie é listada como Menos Preocupante pela BirdLife International. Está listado no Apêndice II da CITES, comércio restrito.
Photo By Hans Hillewaert , used under CC-BY-SA-4.0 /Cropped and compressed from original